O que vai ser tendência em 2022?

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10 min readJan 3, 2022

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Esse conteúdo faz parte da editoria “YOUPIX Pergunta”: um conteúdo colaborativo criado em parceria com especialistas do mercado, com o objetivo de trazer diferentes perspectivas sobre o mesmo tema.

Nas apostas para o próximo ano tem um pouco de tudo: comportamento, ferramenta, plataforma, estratégia e afins. Rola a página pra baixo e fique por dentro do que especialistas estão apostando para o próximo ano.

Beatriz Guarezi — Brand Manager na Liv Up | Criadora e curadora na Bits to Brands

Para as pautas para 2022, queria pregar a palavra da minha plataforma hehehe a newsletter! Eu acho que o “assina a minha newsletter” foi o “arrasta pra cima” de 2021, e que essa plataforma só tende a crescer em relevância no ano que vem. Por três motivos:

- o “aquecimento” do mercado das plataformas — o Twitter comprou o Revue, o Substack atingiu 1 milhão de assinantes pagos, o Facebook (opa, a Meta :p) lançou o Bulletin, ainda meio tímido mas já fincou a sua bandeira, o LinkedIn já incorporou newsletters à interação corporativa das pessoas também…

- a movimentação de creators dentro do universo de newsletters — a The News, que chegou com a fórmula de conteúdo e referrals do Morning Brew e já está chegando a 1 milhão de assinantes, o Tiago Leifert foi do BBB direto pra caixa de entrada e agora a Dua Lipa anunciou uma newsletter (será que os Gen Z voltam pro e-mail? :))

- e por fim, as conversas importantes que rolaram esse ano em torno da criação de conteúdo que culminam nessa plataforma como solução: a dependência do algoritmo, a falta de ownership sobre a sua base, a previsibilidade de entrega, a frequência pré-determinada e também a falta de liberdade criativa. a newsletter é um lugar na internet imune a tudo isso.

eu explorei todos esses temas em mais detalhes aqui, se vc quiser usar mais infos pra completar o texto.

Gabriella Coffoni — Marketing & Consumer Platform Lead Latam na LTK

Como parte da LTK, acredito muito no poder da Creator Economy. Vimos um crescimento histórico no consumo do conteúdo de influenciadores desde o início da pandemia e nos investimentos das marcas em creators com poder de conexão e conversão. O que os posiciona em lugar privilegiado do varejo.

2022 será um ano ainda mais importante para o fortalecimento dessa indústria. As redes sociais já perceberam o poder de conversão dos criadores e, com isso, veremos mais ferramentas que conectam Creators e marcas dentro dos seus próprios canais. Ou seja, seus papéis transitando do que era apenas um lugar entretenimento para um local de curadoria e compras, por meio de Creators.

Porém, como seus interesses e algoritmos não estão alinhados ao crescimento do negócio dos criadores, acreditamos que as mídias sociais se tornarão uma ferramenta de marketing do seu negócio, e não mais o “negócio” em si. Acredito muito no desenvolvimento desse novo modelo onde o Creator possui o controle da sua audiência e conteúdo, escolhendo novas plataformas cujos modelos de negócio se alinham com os seus, como a LTK. Veremos cada vez mais Criadores adquirindo um olhar empreendedor sob o seu negócio na internet, desenhando novas estratégias de geração de receita, que vão muito além do Instagram e do #publi.

Do lado das marcas, elas possuem os mesmos objetivos de vendas, porém agora estão mais espertas quanto aos investimentos em criadores, procurando novas formas e plataformas para mensurar e escalar seus resultados de forma clara.

Nossa confiança no desenvolvimento da indústria nunca foi tão forte quanto hoje. Acabamos de compartilhar esta visão com o Softbank, recebendo o investimento de US$300 milhões. Eles são um dos maiores fundos de investimento com foco em tecnologia do mundo, investindo em empresas de sucesso como o Slack, Uber, TikTok — e agora, LTK. Este investimento valida ainda mais a economia dos Criadores e, mais importante, as oportunidades atuais e futuras para criadores e marcas da LTK em todo o mundo.

Jessica Fontoura — Estrategista de conteúdo | Conteúdista

Meus devaneios das principais coisas que acredito que vão ter um up em 2022:

  1. A comunidade como patrocinadora: partindo dos diferentes formatos de negócios que cada creator cria para si, parece cada vez mais certeiro e seguro apostar em um financiamento direto da comunidade, como os catarses, apoia-se, e até o “pix day” . Vejo aumentando muito o número de creators que conseguem gerar renda dessa forma, que além de garantir o retorno financeiro garante uma conexão ainda mais forte com a comunidade, afinal agora ela é acionista da tua empresa.
  2. Devagar e sempre: acredito que o próximo ano será o ano do respiro para a saúde mental de todos (amém) e com isso, o movimento de creators low content tende a ser mais bem recebido pela galera e pelas próprias plataformas. Até o início do ano acreditava-se que o tiktok “exigia” publicação diária pro algoritmo girar, hoje em dia já se sabe que 3 dias por semana é o suficiente. Mas de qualquer maneira, as próprias redes já não falam em quantidade de publicação, mas sim em engajamento individual em cada post e relevância do seu conteúdo pra quem te segue. Essa conta tem tudo para garantir menos pressão pros creators.
  3. Em relação a plataformas: será um ano ainda mais liderado pelo TikTok e por podcasts/vídeocasts. O TikTok segue sendo a raiz do short vídeo, os padrões de formato são viralizados por lá e levados para as redes derivadas e talvez o problema para resolvermos no próximo ano é saber montar o quebra cabeça de como o short vídeo funciona em cada janela. Os videocasts e podcasts ainda tem uma curva de crescimento, ainda mais se pensarmos na volta da “vida normal”, as pessoas voltando a se locomover e precisando de companhia durante os trajetos.
  4. Nós na tela: esse, ouso dizer, que foi o ano mais simbólico em representação de diferentes corpos nas redes, em campanhas, em marcas e afins. Acredito que os frutos desses pequenos avanços vão começar a ser colhidos no ano que vem, junto com o crescimento de mais criadores com deficiência, de mais relevância nas falas de pessoas que vivem diferente do padrão esperado da sociedade num geral.

Júlio Beltrão — Head do #BlackSquad na Mynd

Sem dúvida o ano de 22 será o ano da experiência, com os avanços das taxas de vacinação no Brasil, iremos voltar a ter empresas investindo na experiência com seus squads e clientes.

Eventos para aproximar e encantar o público será o nome da vez, principalmente para marcas que possuem em seu DNA o poder do encontro, com o advento e o grande poder de alcance de eventos como a “Farofa da Gkay”, empresas irão criar estratégias para juntar em um mesmo local seus criadores e lovers da marca, gerando Buzz e criando aquela sensação de “Tá todo mundo falando”.

Mais um BBB vem ai!

E aí, quem serão os nomes do ano? Quais ações iremos encontrar no maior reality show do Brasil? Sem dúvida, 2022 teremos muitos realitys para acompanharmos, criando novos talentos e personalidades para chamar de nossos influs favoritos (ou não)

Outra pauta para 22 será o aumento de campanhas com os micros influs e o uso de ferramentas que facilitem a busca por influs com relevância, como por exemplo: influencity, uma plataforma da que oferece um mecanismo de busca com mais de 70 milhões de resultados disponíveis em todo o mundo, análise de influenciador incluindo KPIs, dados demográficos e interesses ou afinidade de marcas, análise de sobreposição de público, seguidores falsos, ferramentas de gerenciamento de campanha e relatórios.

MM Izidoro — Narrative Strategist na Ampère

Eu odeio escrever aos 43 minutos do segundo tempo de 2021 o que estou prestes a escrever mas aqui vai: 2022 não deve ser um ano fácil. Seja a inflação, a eleição ou a seleção, 2022 já é um ano muito lotado de grandes eventos por si só e vários que estamos levando de 20 e 21 com a gente. Com isso, uma coisa que eu estou prestando muita atenção para esse próximo ano é como podemos integrar e se comunicar mais com as classes C/D/E dentro das nossas campanhas e narrativas.

Sinto que nós que estamos criando essas narrativas no centro das cidades e no topo da pirâmide financeira, temos muita dificuldade de pensar na classes que estão mais embaixo. Nós temos os últimos modelos de celular e computador, planos ilimitados de internet móvel e internet fibra super rápida em nossas casas e escritórios. Em compensação a grande maioria do pais ainda sofre com uma falta de cobertura de internet fixa e o alto preço da internet móvel e isso só aumenta a lista de coisas que faltam nas casas brasileiras junto de água potável, esgoto, luz elétrica e comida. Mesmo com isso, segundo um estudo da CUFA que saiu esse ano, mais de 80% da intenção de compra do pais está na periferia, seja ela geográfica ou social.

Com isso, eu convido todo mundo a não só pensar em maneiras de trazer esse pessoal pra dentro da conversa usando mais dark social, redes sociais e aplicativos de mensagens como o WhatsApp, que já vem com planos ilimitados por causa dos acordos das operadora com o Meta (difícil não escrever Facebook, né?!), pois isso não é só bom para nós como nação, mas também economicamente pois todo mundo quer e deve ter o direito de consumir nossos produtos e histórias.

2022 não deve ser um ano fácil, mas se a gente tentar trazer mais gente pra dentro da conversa, vai ser mais fácil passarmos por ele juntos.

Túlio Custódio — Sócio e Curador de Conhecimento na Inesplorato

Acredito que uma pauta será fundamental no próximo ano: política e desigualdade.

A começar pelo último, o tópico de desigualdade será fundamental porque é o diagnóstico do que vemos à frente, ou seja, país está aos destroços, com muita pobreza, fome, e a desigualdade social (acrescida de outras estruturais) será tópico fundamental das conversas públicas. Além disso, o próprio tema de ESG, e estratégias de desenvolvimento sustentável, desde o último Davos especialmente, tem puxado a conexão entre a emergência mundial com a desigualdade social e climática. Portanto, com certeza falaremos bastante deste tema.

Já na parte política, falaremos pelo contexto (e para além) das eleições. Lidamos nos últimos anos com amplo fenômeno da despolitização (aliás, leitura obrigatória para começar 2022: Sintomas Mórbidos de Sabrina Fernandes), e para as eleições desse ano vindouro, diante do descalabro que foram os 4 anos desse governo, será fundamental trazer novos sentidos mais engajados e consistentes (diferente do discurso despolitizado de 2018, do nem-nem) para as decisões fundamentais a serem tomadas. O discurso vazio do “ah política é chato” provavelmente vai perder espaço e valor diante dessa necessidade, porque por diversas questões, está cada vez mais evidente para as pessoas que tudo passa por política: desde aquela pauta de equidade e diversidade, até porque a crise está afetando os mercados ou os consumidores não estão mais comprando de tal marca.

Ricardo Silvestre — Diretor Executivo na Black Influence

No próximo ano eu acredito que a necessidade de contar novas histórias através de novas narrativas vai ser um dos principais temas pautados no mercado, já que existe essa necessidade e também essa demanda, principalmente quando falamos da criação e planejamento estratégico de ações publicitárias e de influência.

Sobre as plataformas, minha aposta vai para o Pinterest, que chegou há pouco tempo no Brasil mas que possui um potencial gigantesco de crescimento, pensando no consumo de conteúdo e na forma como os brasileiros fazem isso.

Vanessa Oliveira — Diretora na Viu Hub

Na minha perspectiva, 2022 promete ser um ano intenso, com um movimento forte de digitalizar cada vez mais nossos hábitos e comportamentos, ao mesmo tempo em que nos perguntamos onde está o ser humano nisso tudo.

A vida mais complexa pede soluções em um clique, enquanto ainda não confiamos em expor os nossos dados. Por isso acredito que será um ano para intensificar as discussões sobre transações financeiras, ética nas relações virtuais e responsabilidade digital. Será um ano em que vamos perguntar com mais frequência: “E isso pode?”, seja com novos produtos digitais ou decisões e posicionamentos. E a resposta, antes de qualquer não, precisa ser um exercício de futuro da sociedade que queremos ser — entendendo que tecnologia e humanidade se influenciam. Um ano que vai pedir muito pra gente se responsabilizar como cidadão digital. Bora lá!

E você? O que acha que vai ser tendência em 2022? Queremos saber suas apostas! Deixa aí nos comentários. :)

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A YOUPIX é uma consultoria de negócios para a Influence Economy.