por Wagner Martins, co-founder da 301.yt
2015, o ano em que cada vez mais pessoas vão perceber que o oligopólio de distribuição de conteúdo em vídeo está com os dias contados. É uma questão de tempo. De muito pouco tempo.
Não sei se vocês lembram, mas há poucos anos atrás (menos de uma década), nossos celulares não eram “smart”. E entendam como “smart” o fato de um dispositivo estar conectado de uma maneira minimamente decente com a internet. Isso acarretava em aberrações mercadológicas que hoje são impensáveis: pagar R$ 4,90 por ringtones e SMS com “notícias do seu time”, pagar para enviar mensagens de texto pros amigos e precisar usar uma interface e aplicativos ridículos da operadora para acessar a então nascente internet móvel.
Aí o celular ficou “smart”. E o que aconteceu em pouquíssimo tempo? Não se paga mais por SMS pra operadora, só usamos Whatsapp e similares. Não se paga mais por conteúdo pra operadora. Não é mais necessário usar o navegador e os aplicativos toscos da operadora. As “donas da rede” perderam o controle sobre estes “serviços de valor agregado”. O acesso de outros provedores de conteúdo e serviço ao seu aparelho celular foi liberado e a vida de todo mundo melhorou. As operadoras hoje fornecem o tráfego de dados e ponto final.
O mesmo vai acontecer com a TV.
“SmartTV” não é só sobre ter YouTube e Netflix já integrados no seu aparelho. É sobre quebrar o controle absoluto que as “donas das redes” de cabo possuem sobre o que você pode ou não pode assistir. Hoje, as TVs conectadas ainda são frustrantes. Tão difíceis de usar quanto tentar acessar a internet móvel antes do iPhone e do Android existirem. Mas isso está mudando muito rápido. O conceito de “OTT” (over the top content) revolucionou o celular e agora vai implodir com igual ou maior magnitude a tela mais nobre de todas, além de todos os mercados tradicionais que dependem dela (publicidade inclusa).
Portanto amigos, minha opção de ficar sem TV em 2015 não é apenas sobre receber conteúdo de mais qualidade — como disse na primeira e na segunda semana da minha experiência de ficar sem TV — é sobre começar a entender como funcionará um mundo onde mais produtores de conteúdo e de serviços, independente da vontade do “dono do cabo”, chegarão na sua tela de muitas polegadas.
Me identifico com os muitos comentários de amigos e leitores falando “eu já não vejo TV aberta / fechada faz tempo”, mas coloco pros mesmos a pergunta: como você vê o mercado de conteúdo em vídeo nos próximos 5 anos?
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Originally published at youpix.virgula.uol.com.br on January 27, 2015.